Acompanhando o tédio

Aqui se encontra uma história... que pretende crescer. Gostaria que todos a apreciem, se não, pode haver uma troca de opnioes! Obrigada

-Boa tarde, você gosta de peças de teatro? É que eu curto muito esse tipo de literatura e é muito difícil nesta cidade alguém gostar que coisas de outros países, o que me consta um pouco contraditório, já que em alguns pontos da mesma adoram parecer-se com vários itens pertencentes a outras constituições, adotando-as como leis municipais.

-Nossa, depois dessa breve explicação minha peça começou até a ficar enfadonha. Dei um sorriso, sem graça.

Ele também sorrira, porém com uma expressão abobalhada. E continuei dizendo:

-Você é o Henri, não é?

-Sou. Bem na verdade, vou ser bem sincero. Nós dois estamos disputando sua atenção, pois você no final da semana vai ter que decidir quem vai ser seu tutor escolar, ou seja, passar maior parte do seu dia com você, te ajudar nas lições por cada primeiro trimestre de aulas até o fim do seu ano no colegial. Como pesquisamos muitas coisas sobre você, meu pai achava que era melhor conhecer-me com mais tenacidade do que meu irmão para que fiquemos amigos, gerando um apoio natural de nós dois.

Ele de repente parou de falar, mas eu queria continuar ouvindo...

-Continue, quero saber o que eu tenho que fazer daqui a uma semana. Dei um sorriso

-Enfim, o Christian sempre foi muito teimoso, e desde sempre brigamos muito por causa de nossas diferenças, porém desta vez ele foi menos coerente do que das outras ocasiões. Só gostaria que fosse um pouco mais cautelosa com meu irmão, ele tem um atrativo que eu não tenho... A astúcia e o jeitinho de convencer as garotas.

-Ok. Tomarei cuidado, só me responda uma coisa. Você tem mais livros?

Só com seu sorriso, ele já me respondera tudo. É incrível como os homens se derretem por nós, porém ele não sabe que não estou afim de nenhum deles. Só quero minha vida de volta! E a quero novamente em meus braços... Ele levantou e me deu a mão, levantei e ele me ajudou a me erguer, e fomos para uma parte da casa que eu ainda nem sabia que existia. Era uma espécie de outra ala e me deixou muito feliz, pois havia uma sala, ou melhor, uma Biblioteca! Sim, era um sonho de criança curiosa... Ter uma biblioteca em casa. Ele foi apresentando-me cada prateleira e de repente uma voz.

-Isso, continue mostrando o ser nostálgico que você é, Henri.

Disse Christian, com um tom nada amistoso.

-Isso não é estar sendo nostálgico como você afirma, apenas estávamos falando a mesma língua, diferentemente do que faz com ela.

Disse Henri, com um sorriso de vitória. E mal sabia ele que, naquele momento Christian perdera a batalha, e mostrava que realmente havia começado uma guerra, da qual ele não conseguiria deixar o irmão ganhar de jeito algum.

Embaracei-me em tantas deduções e simplesmente os deixei naquela biblioteca, porque já estava quase na hora do almoço. Minha fome já tocando o sino. Caminhei lentamente pelo jardim na esperança de refletir todas estas situações, porém tenho agora uma família, não estava mais sozinha. Elisabeth me viu e me chamou avisando que o almoço já estava na mesa... Realmente eles almoçam na hora “certa”, quando cheguei dentro da sala de jantar todos estavam me esperando. Sentei-me e todos ficaram em silêncio por alguns instantes e de cabeças baixas, então deduzi que poderiam estar rezando; abaixei a cabeça e também comecei a rezar, pois já fazíamos isto na casa de nossa tutora, Dona Mercedes, com tantas crianças conseguia manter a ordem... Belos tempos aqueles.

Depois dos meus longos 10 minutos de “oração intensa” abri os olhos, e todos me olharam e Elisabeth disse:

-Nossa você é um exemplo de garota, coma e espero que aproveite sua primeira refeição aqui em Madri. Acredito que sua estada possa ser bastante satisfatória, por que temos muito que fazer com você...

Muito que fazer? Enfim, vou comer, pois é o melhor que eu faço... Estávamos todos em silêncio, olhei para frente na expectativa de ver rostos concentrados na comida, entretanto vi Henri olhando para mim no instante em que Christian tinha dado uma cotovelada nele. Soltei um sorriso meio de lado e voltei a comer. Quando acabei todos estavam esperando-me para a sobremesa, pois a mesa já estava com as sobremesas. Nunca havia saído de uma refeição tão cheia, acho que não vou nem lanchar. Pedi licença, e saí da mesa em direção ao meu quarto de “aura feminina” e enquanto subia as escadas comecei a ouvir sussurros... E então reconheci meu nome e pra variar quem havia murmurado... Sim, o Christian.

- Não finja que não ouviu... Sei que você está sorrindo. Disse ele com uma voz segura e prepotente.

- Eu não estou sorrindo! O que você quer? Eu disse com um tom intimidador.

- Só quero conversar com você, custa? Com uma entonação duvidosa.

- Não custa, mas você vai desperdiçar seu tempo comigo? Tentando fazê-lo mudar de ideia

- Só queria pedir desculpas pela manhã, na biblioteca. Fui rude com meu irmão e indelicado com você. É que meu irmão às vezes me irrita querendo ser intelectual.

- Seu irmão não quer ser intelectual. Ele tem um dom para argumentação totalmente fascinante.

­- Então, você pode me conceder o prazer de mostrar-lhe o quanto sou interessante?

- Não!

Como pode esses dois estar em “pé de guerra” tão cedo. Só estou aqui há dois dias!

- Como posso te convencer? Quero apenas que você não se arrependa de escolhê-lo como seu tutor...

Porque ele alega tanto que é melhor que o irmão. O ar de superioridade vive nas proximidades desta casa! Ele adora abusar do poder que acha que tem sobre mim. Garotos...

- Você pode me deixar em paz! Seria um belo modo de convencer a mim.

Sutileza nunca foi meu forte.

- Ok, lhe deixarei pensar... por enquanto. Contudo tenha certeza que se observar com muita atenção verá que eu serei seu tutor!

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